sesc pompeia, 2019
com curadoria de julia rebouças e diego matos, ‘entrever’ trouxe aos espaços do sesc pompeia um significativo recorte da produção de cildo meireles. com um forte sentido conceitual, as obras do artista instigam reflexões, quando não demandam do observador uma ação direta — exigindo que a contemplação passiva seja abandonada.
na obra que dá título à exposição, o visitante, com dois gelos na boca, um salgado outro doce, é convidado a entrar em um túnel de madeira, no qual ao final há um enorme ventilador a soprar ar quente. assim, nas palavras dos curadores, ‘o corpo se move do claro ao escuro, do frio ao calor. a boca experimenta o salgado e o doce, do sólido ao líquido. nessa série de oposições, a visão cede lugar a uma realidade cega, mas que é gustativa, térmica, oral’.
a marca e a identidade visual da exposição se aproximam dessa experiência. por meio de uma imagem gráfica, construímos a estranha percepção de um ponto de fuga fugidio.
em seu catálogo, com tiragem de 50 mil exemplares e distribuído gratuitamente aos visitantes, as obras eram comentadas, uma a uma pelos curadores. junto a isso, em páginas amarelas, um glossário que reúne temas chave para a compreensão de sua obra.
(expografia de álvaro razuk, fotos da exposição de everton ballardin e motion de joão r.)